segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Renata!


Renata tem as mãos perfumadas
por reparador de pontas e
cigarro.
Ela tem os cabelos amassados,
o pensamento achatado
e a vida estreita.
Tem um pensamento andante,
palavras flutuantes
e a alma cheia de vícios
de esconderijos armados
para a solidão.
Para Renata, o amor é a esperança,
uma amarga lembrança de um
olhar que nunca foi sincero.
Para Renata, viver não passa de
esperar o tempo passar e apodrecer
sem dor.
Para Renata, a rotina é uma vingança
das Deidades,
uma dor fina, funda e gritante.
Renata quer amar, mas não sabe
o que é isso,nunca viu isso antes
e não sabe como o homem conseguiu
inventar algo que nunca se tem,
nunca se vê e nunca se sente.
Renata não gosta da verdade, acha
a verdade muito falsa de desnecessária.
Renata cansou da vida, cansou de tentar
saber o que é o amor, cansou de fumar
seus cigarros e na última tragada
não encontrar a resposta dos seus dilemas.
Cansou de ser tão gente;
tão bicho;
tão alguma coisa indecifrável.
Cansou de se olhar no espelho
ver aquela tinta no cabelo,
aquele esmalte vermelho e ter
que se sentir feliz.
Cansou de ser querida e odiada
por pessoas que nada são para ela.
Renata diz que esta mal para
não ter que ficar com alguém,
Renata esta mal porque não tem ninguém.


-Ardnas Ilessin 11/04/2005.